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Review: Scott Spark 920 2018

A bike

A Scott Spark é a bike full suspension usada pelo Nino Schurter: multi campeão mundial de MTB e atual campeão olímpico, tendo conquistado esse feito aqui no Brasil, à bordo de uma Spark. Simples assim.

Apesar de ser um ícone do XC (Cross Country), atualmente a Soctt oferece a Spark em várias versões. Desde máquinas extremamente eficientes para competir até versões mais indicadas para a diversão nas trilhas. Com rodas 29 e 27,5 e 27,5+, basta escolher a versão que mais se encaixa com seu estilo. E ainda tem a versão com pedal assistido (E-Spark).

A versão testada por nós é um pouco diferente da usada pelo Nino. Mais apimentada, com um pouco mais de curso nas suspensões, canote hidráulico e pneus um pouco mais largos. Seria uma trailbike? Essa foi a primeira dúvida que tive ao analisar a bike.

Essa é uma versão intermediária da linha Spark trazida para o Brasil. Triangulo dianteiro em carbono, balança em alumínio, relação Eagle (12 velocidades), Freios Shimano SLX, canote Fox Transfer, rodas Syncros aro 29, suspensões Fox 34 Performance e Fox Nude, ambas controladas pelo incrível e eficiente sistema Twin-Loc, que ajusta ou trava as duas suspensões ao mesmo tempo. Configuração para ninguém botar defeito.

A Spark foi remodelada recentemente, com o shock agora posicionado na vertical, bem próxima ao movimento central, baixando o centro de gravidade e deixando a bike mais estável.

Outras modificações foram feitas no quadro, deixando a bike ainda mais leve, uma característica faz parte do DNA da marca Suíça.

Como foi o teste

Sempre que pego uma bike para teste, procuro pedalar nos mesmos lugares em que pedalei outras máquinas. Assim acabo criando um parâmetro mais justo de comparação. E geralmente o primeiro lugar em que levo a bike é o Nore Bike Park. Lá tem trilhas de todos os níveis e uma área com vários jumps e obstáculos. Ambiente perfeito para o teste.

Além do Nore, girei bastante no estradão e peguei algumas trilhas casca grossa. Confesso que gostaria de ter girado mais, mas as chuvas do início do ano dificultaram minha vida. Apesar disso, foram muitos rolês, o que me deixa muito confortável em emitir uma opinião sincera sobre a bike.

Subindo

Esse talvez seja o quesito em que a bike mais se destaca. Além da geometria ser pensada na eficiência, o sistema Twin Loc facilita demais a vida. Com um clique, você diminui o curso das suspensões ao mesmo tempo, de 120 para 85mm, deixando a bike mais firme. Mais um clique e ela trava totalmente. E a sensação é de estar pilotando uma hardtail com o garfo travado. Não tem subida que aguente. Pode até faltar coxa, mas bike não falta.

Com certeza as versões mais dedicadas ao XC (Spark RC, Spark Race) sobem melhor, pois tem um conjunto mais leve, principalmente nas rodas e pneus. Mas pela proposta da bike ela sobe muito bem. E com certeza desce melhor do que as irmãs mais rápidas.

Descendo

Essa versão em particular desce muito bem, considerando que é uma bike de XC. Mesmo em terrenos mais técnicos, os 120mm da suspensão e os pneus mais largos e robustos (Maxxis Forecaster 2.35) deram conta do recado. Aliados às rodas 29, dá pra engolir muitos obstáculos com segurança. Nenhum furo (montado com tubeless) ou rasgo nos pneus durante todo o teste.

O canote hidráulico Fox Transfer fez toda a diferença quando precisei me posicionar de forma mais agressiva na bike. Funcionou muito bem durante todo o teste. É impressionante como esse acessório muda uma bike para melhor. Na minha opinião é um ítem indispensável, pois o aumento do peso é muito pequeno, deixando o custo benefício muito bom. Usou uma vez, nunca mais quer ficar sem.

Altos e baixos

O sistema Twin Loc é o ponto alto da bike. É como se você tivesse duas bikes em uma. Hardtail quando precisa ser eficiente, e uma full suspension à sua disposição quando você quiser.

Mas tudo tem um preço. No início fiquei meio confuso com o cockpit, pois tem muito alavanca no guidão, principalmente essa versão, que tem o canote hidráulico. O espaço fica reduzido no lado esquerdo, mesmo não tendo câmbio dianteiro. Algumas vezes o acionamento do canote interferia na alavanca do Twin Loc, dependendo da posição em que estava. Mas creio que uma boa regulagem consegue resolver esse inconveniente, pois os dois estão montados no mesmo suporte, ou seja, foram projetados para trabalhar em conjunto.

Os pneus Maxxis Forecaster tem uma rolagem muito ruim para uma bike de XC. A sensação é que o composto é muito mole, gruda demais no chão. Dá muita segurança na descida, mas segura demais essa bike. Mas é uma questão de gosto pessoal, além de ser um ítem de fácil reposição.

No mais a bike é impecável: linda, acabamento refinado e eficiente. Sua conta corrente corre sérios riscos se você se atrever a testar essa bike.

Resumo

A Scott Spark 920 é uma bike de XC, capaz de encarar uma trilha técnica com tranquilidade. Acho que esse é um bom resumo para a proposta da bike.

Se sua praia é treinar, andar rápido no estradão de terra, faturar uns KOM's nas subidas e participar de provas num final de semana, essa é uma boa escolha, com certeza. Ela até tem um pezinho na trilha, encara uns saltos e dá pra se divertir. Mas a praia dela é a eficiência. Não é macia como uma típica trailbike.

Ficha Técnica Resumida

Bike: Scott Spark 920

Quadro: triângulo em carbono e balança em alumínio

Suspensão: Fox 34 Performance

Shock: Fox Nude

Freios: Shimano SLX

Relação: Sram Eagle, 12 velocidades, cassete 10-50

Pneus: Maxxis Forecaster 29x2.35, TR, EXO

Rodas: Syncros XR2.5

Peso: 13,5kg (tamanho M)

Preço: R$25.990,00*

Agradecimento:

ProCycle Bike Shop, que nos convidou para testar a bike.

*www.procyclebikeshop.com.br

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